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Política
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Os caminhos da política

Estamos vivendo no Brasil uma fase de muitas dúvidas entre o que é um partido de esquerda e o que é um partido de direita ou mesmo  quem é comunista e quem é capitalista.

Por um lado temos os defensores do capitalismo social (PT e base aliada) e por outro a social democracia (a “oposição PSDB e cia”). Em outro viés e fora dessa lógica de dúvidas,  está o PSOL, PCB, PSTU e PCO, cuja trajetória em defesa dos direitos sociais, os credencia a serem partidos de esquerda e socialista-comunista.

Vamos separar por bloco, o da direita, cuja musculatura se faz entre dois grupos que polarizam a disputa pelo poder e da esquerda socialista-comunista.  A direita podemos dividi-la em duas vertentes como já mencionamos acima e a esquerda um bloco único que atualmente não tem expressão política no Brasil.

Como já falamos em textos anteriores a direita progressista se aproxima um pouco da esquerda socialista. Essa aproximação, porém, se resume a apenas em discursos e em situações raras em luta pelos direitos da classe trabalhadora.

Uma questão importante e que não podemos deixar fora dessa discussão é a relação entre essas forças políticas no Brasil. Em poucas palavras podemos resumir da seguinte forma: a direita conservadora, que por falta de capacidade cognitiva, incrimina a direita progressista acreditando que estaria punindo a esquerda socialista e de uma forma ingênua chega acreditar que a direita progressista é a esquerda socialista. Recentemente presenciamos essa ingenuidade, nos episódios pós eleições, onde o governo atual foi acusado de estar implantando uma ditadura bolivariana no país.

Também presenciamos os episódios do julgamento da ação 470, o famoso mensalão petista, cujo número de acusados foi escolhido a dedo e com sugestão do número 40, uma alusão ao famoso Ali babá e os 40 ladrões. Para os mais inocentes parece não ter nada de manipulador nesse história. Puro engano! Até na escolha dos 40 nomes, o STF agiu com parcialidade e de forma orquestrada a mídia golpista fez estardalhaços com o fato. Não poderia ser diferente, a justiça brasileira sempre condenou a esquerda no Brasil com o apoio da direita fascista e da mídia golpista. A diferença agora é que a condenação não foi diretamente da esquerda e sim da própria direita, a chamada direita progressista. Com toda certeza a intenção é sujar  a imagem da esquerda socialista brasileira.

A parcialidade do STF  transformou uma ferramenta já consolidada na democracia brasileira em ferramenta da ignorância e do golpismo.  A intenção deliberada foi a do recado direto, tanto para o povo brasileiro, quanto para aqueles que defendem os ideais socialistas. A direita conservadora nunca excitou em usar toda sua artilharia sempre que seu projeto de poder foi ameaçado. Porém, dessa vez aconteceu o inusitado, o fogo amigo entre as duas direitas. Estão tentando de todas as  formas colar no PT a imagem de partido socialista e de esquerda tudo para deixar bem claro para a sociedade que a esquerda socialista é corrupta e não merece estar no comando do país.

Agora estamos acompanhando os escândalos da Petrobras e do Metro de São Paulo. A diferença na cobertura entre os dois episódios é visível, na Petrobras uma “quadrilha” atua no desvio de dinheiro da empresa, já no Metro de SP existe um suposto “cartel”  que “supostamente” atuava em pagamentos de propinas nos governos do PSDB para ganhar todas as licitações. O interessante é que até o momento a mídia golpista não publicou nada responsabilizando políticos da direita fascista. Já na Petrobras, tentaram até manipular o resultado de uma eleição acusando a atual presidente Dilma e o ex-presidente Lula de saberem de tudo (caso revista Veja). São peculiaridades que em nosso dia a dia não percebemos, porém com uma leitura mais críticas dos fatos podemos facilmente perceber a verdadeira intenção criminosa desses grupos oligárquicos que atuam na vida política do Brasil.

Outra questão que nos incomoda muito é sobre a revisão da Lei da anistia aos torturadores da ditadura militar. A revisão da anistia, proposta pelo Conselho Federal da OAB em ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), foi derrotada no STF por sete votos a dois. Segundo os ministros, a Lei deve ser interpretada não pela realidade atual, mas pelo momento histórico que o país vivia, “da migração da ditadura para a democracia política, da transição conciliada”. Mais um golpe silencioso aos que morreram lutando por um país mais igualitário. A esquerda socialista mais uma vez foi atingida pelas decisões confusas de um STF pra lá de direitista.

Esse é o nosso conhecido STF, uma ferramenta necessária para a direita fascista não se acabar. Sua postura se confunde ou se mistura com a postura da direita conservadora, que dependendo do momento histórico muda os rumos da conversa. Para comprovar o que estamos falando, não precisamos voltar muito na história, basta voltarmos no caso julgamento da ação 470, o mensalão petista e o julgamento do mensalão mineiro. Os dois tinham o mesmo operador, o sr. Marcos Valério, e tinha as mesmas intenções, ou seja, financiar campanhas eleitorais. Porém, com desfecho diferenciado, a denúncia contra a direita fascista foi arquivada e devolvida à justiça comum de Minas Gerais, enquanto a ação 470 um teatro foi montado com texto inédito para a literatura jurídica do país, a teoria do domínio do fato, ou seja, pela posição ocupada dentro do governo alguns acusados foram condenados sumariamente. Em síntese, tudo foi arquitetado para mais uma vez manchar a imagem da esquerda socialista.

A partir das reflexões até aqui apresentada, podemos diferenciar sem muitas dúvidas, quem é de esquerda e quem é de direita, apesar dos discursos se assemelharem gritantemente. Também não nos restam dúvidas que muito ainda temos que enfrentar para reconstruirmos a esquerda que sonhamos no Brasil. Hoje ainda vivemos de sonhos e com poucas chances de alcançarmos a realidade ideal. Nossa pouca representatividade política junto à sociedade nos empurra cada vez mais para a  escuridão do anonimato político. Somente com mais participação popular iremos conseguir desconstruir as duas vertentes de direita, a fascista e a progressista e reconstruir a esquerda socialista que tanta acreditamos.

 

Autor: Francisco Cordeiro